O bom ambiente de trabalho é fator fundamental para a saúde de todos os colaboradores e para uma boa produtividade. Por isso, hoje vamos falar de um assunto muito sério, mas extremamente necessário: o assédio moral no trabalho.
Quando ouvimos a palavra bullying logo lembramos das escolas. Afinal, é o local onde uma grande quantidade de crianças, adolescentes e jovens se relacionam constantemente e desafiam os limites da convivência harmônica. Como a escola é um local de aprendizado, reflexão e troca, temas como esse são amplamente tratados a todo o momento.
Porém, tem outro lugar que vem sendo invadido por essa prática e pouca gente fala sobre. Você já ouviu falar em bullying organizacional? Ele existe e está presente na grande maioria das empresas, em maior ou menor proporção, trazendo consequências seríssimas para vários profissionais.
Apesar da palavra bullying ser recente no nosso vocabulário, o que ela representa não é uma novidade. Antigamente, muitas dessas práticas eram tidas como “brincadeiras inocentes” e as pessoas sofriam sem muito direito a reclamação. Apesar desse tipo de ato ainda existir, hoje a postura da sociedade, e a forma como lidamos com o assunto, mudou.
Como podemos observar, o bullying pode estar em todo lugar, mas hoje quero falar especificamente daquele que acontece nas empresas. Suas formas e motivos são inúmeros, bem como as consequências.
Existe o bullying horizontal: aquele que se forma entre colegas da mesma hierarquia ou com cargos semelhantes. E o bullying vertical: aquele praticado entre pessoas de hierarquias diferentes, seja de cima para baixo ou de baixo para cima.
Para se sobressair, para medir forças ou para se impor, as pessoas podem usar de palavras ou apelidos que nem sempre são recebidos de forma natural. Porém, se um funcionário precisa daquele emprego, muitas vezes se mantém calado ou finge levar na brincadeira para não entrar em conflito e ficar desempregado.
Normalmente as pessoas que praticam o bullying são aquelas com a autoestima muito baixa e que para se sobressair usam deste artifício. Para ilustrar melhor o que estamos falando, vamos ver alguns exemplos a seguir:
- Um líder que não consegue liderar sua equipe e se fazer ouvir e que grita toda vez que for dar uma bronca;
- Aquele que para se tornar mais “popular” coloca apelidos nos colegas;
- Homens que não aceitam ser liderados por uma mulher;
- Pessoas mais velhas que não aceitam ser lideradas por mais jovens.
Existem inúmeras situações recorrentes no ambiente de trabalho, essas são apenas algumas delas. Os agressores normalmente tem características bem específicas. Vamos conhecer algumas delas.
- Comunicação Violenta
- Falta de Empatia
- Hostilidade
- Sadismo
- Complexo de Inferioridade
A pessoa que sofre esses ataques vai se sentindo cada vez mais fragilizada e sem forças para reagir, em casos mais graves este comportamento leva à introspecção e consequentemente ao isolamento. O estrago emocional de quem sofre o bullying é muito grande, podendo causar desde falta ao trabalho até perda de apetite, distúrbios do sono, repentes de agressividade, doenças como gastrite, dores de cabeça e no corpo e, em casos mais graves, o envolvimento com álcool, drogas e até o suicídio.
Mas, e aí? Quando acontece o bullying, quem é o responsável na empresa? Quem é a pessoa que deve “sanar” esse problema?
A resposta é: aqueles que têm maior visibilidade e liderança! Independente de qual departamento for. Muitas vezes o agredido não tem forças ou coragem para se impor por estar numa posição desfavorável na empresa.
Portanto, ao perceber que um colaborador está sofrendo “brincadeiras” repetitivas e que estão causando constrangimento, os gestores, gerentes e supervisores devem ter sensibilidade e autonomia para contornar a situação conversando com o agressor e com a vítima.
Muitas vezes o agressor não percebe o quanto a “brincadeira” está sendo prejudicial ao colega e a vítima não tem coragem de denunciar o agressor. As vezes, a solução é muito mais simples do que o próprio problema em si.
Mas e quando é o próprio gestor que está sofrendo? Sempre há alguém de confiança a quem recorrer ou mesmo procurar ajuda externa. Um ambiente de trabalho saudável é movido a respeito, diálogo, companheirismo e gentileza. Se um desses itens estiver em desequilíbrio, é hora de procurar ajuda. Todos somos responsáveis uns pelos outros, juntos vamos mais além!